sábado, 19 de maio de 2007

Tornando a classe inclusiva para Ângela

Como preparação para iniciar o processo educacional é preciso conhecer o aluno, saber da sua realidade de vida, necessidades, carências e dificuldades. Para isso, será necessário que, após o ato da matrícula, o educador tenha a preocupação de conhecer a deficiência em questão, no caso a Síndrome de Down, para que se possa elaborar e analisar o Programa de Desenvolvimento Individual (PDI).
Observar a turma, os movimentos coletivos e individuais dos alunos, o modo como interagem entre si e no grupo, pode-se perceber nas relações pessoais o desenvolvimento social de Ângela e sua interação com os colegas. Partindo daí para propor as ações necessárias à adaptação de Ângela à turma e vice e versa.
Ao procurar maneiras de aprimorar nosso ensino, é necessário sermos realistas sobre as limitações com que somos confrontados na vida profissional. Os recursos humanos e materiais são fatores limitativos, quase sempre superados com criatividade e dedicação. Haveria muita coisa a fazer se houvesse tempo, energia e recursos materiais disponíveis. Seriam muito bem-vindos uma câmera de vídeo, aparelho de vídeo cassete e TV, aparatos tecnológicos que possibilitam gravações/reproduções em vídeo de algumas atividades em sala de aula, enfocando toda a turma. Tal ferramenta pode servir como um fator motivacional, além de possibilitar o acompanhamento das propostas pedagógicas do professor e da equipe pedagógica, como também facilitar a atuação do professor itinerante. Tal instrumento não é imprescindível, mas desejável para o desenvolvimento do trabalho.
A utilização dos softwares Educativos tais como: Kid Pix, HQ, Paint brush, Open Draw, dentre outros, por se tratarem de softwares de autoria, possibilitando a produção por parte dos alunos, são excelentes instrumentos para desenvolvimento da autonomia, cognição e criatividade.
Vale lembrar que a presença do professor itinerante na escola é fundamental para o acompanhamento e o bom desenvolvimento dos alunos especiais, sendo inclusive importante colaborador na solução para entraves ao desenvolvimento didático.
Os benefícios da cooperação são consideráveis, pois a aprendizagem colaborativa sempre produz efeitos positivos nos resultados escolares, na auto-estima, nas relações pessoais e no desenvolvimento social de toda a turma. Além disso, há ainda, a possibilidade de ampliação do tempo para que o professor possa se dedicar aos demais alunos da classe, na medida em que torna os alunos especiais menos dependentes de sua atenção em tempo integral. É importante reconhecer que a aprendizagem cooperativa pressupõe uma abordagem planejada que vai muito além de uma simples intenção de encorajar os alunos a trabalharem em conjunto. Exige, por exemplo, prestar uma atenção cuidadosa na organização de tarefas em que a colaboração seja necessária; ajudar os alunos a perceberem que o seu sucesso depende do sucesso dos colegas. A proposta de um sistema de monitoria entre os alunos, portanto, é bastante eficaz, pois comunicam-se com linguagem própria, estabelecendo vínculos afetivos e didáticos com Ângela.
O estabelecimento de tarefas individuais e coletivas, atividades lúdicas que favoreçam a construção da identidade individual e do grupo, da cultura local e nacional focando a realidade vivida por eles e vista na mídia em geral, são extremamente importantes, uma vez que favorecem as possibilidades de escolha.
Não se pode esquecer que, havendo necessidade, o currículo será adaptado, possibilitando uma avaliação diferenciada, tanto quanto se faça necessário. A avaliação deverá ser contínua e qualitativa, com base nos registros do processo de construção de conhecimento.
A interação com a família deve ser permanente. Sempre que possível, promover ações em que as famílias de todos os alunos estejam juntas, participando ativamente dos eventos promovidos, tais como gincanas, campeonatos esportivos, feiras de cultura e artesanato, jogos, oficinas em que pais e filhos participem juntos, promovendo assim uma integração de fato.Todas as atividades propostas deverão estar de acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola.

Emoção, esclarecimento e conquistas




“Do luto à luta” documentário dirigido por Evaldo Mocarzel, também responsável pelo roteiro, traz o conteúdo básico de um relato feito com amor e dor, de rara beleza. Pessoas com Síndrome de Down e seus familiares têm a oportunidade de se revelar humanamente capazes e felizes: guerreiros vitoriosos.
Impressionam o nível de consciência dos entrevistados diante dos preconceitos sofridos ao longo da vida, a determinação e a capacidade de superação provavelmente desconhecida da maioria das pessoas. O que nos ensina que, quando estimulados e criados sem preconceitos são capazes de viver com plenitude e dignidade.
Vale a pena conferir! Esse filme é imperdível!

Saiba mais a respeito desta produção premiadíssima acessando os links abaixo:
http://revistacinetica.com.br/lutoaluta.htm
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/do-luto-a-luta/do-luto-a-luta.asp
http://www.coisadecinema.com.br/matCriticas.asp?mat=1938
http://america.globo.com/Novela/America/0,,AA1038790-4190,00.html
http://cinema.terra.com.br/videos/interna/0,,OI52460-EI1176,00.html

É assim que tudo começa…

Um cromossomo a mais no par 21!
Cromossomo (
chrôma, cor + sômo, corpo ) é uma “estrutura constituída por ADN e proteínas que se tornam visíveis na altura da reprodução celular, em número definido para cada espécie, que é muito importante na reprodução das células e na transmissão das características hereditárias”(1)
O ADN, segundo o Wikipédia(2), abreviatura de ácido desoxirribonucleioco, é uma molécula orgânica que reproduz o código genético responsável pela transmissão das características hereditárias de cada espécie de todos os seres vivos.
Os cromossomos além de determinar as características genéticas são também os responsáveis pelo funcionamento de cada órgão interno (coração, estômago, cérebro etc) do ser humano. Cada uma de nossas células possui 23 pares de cromossomos que são iguais dois a dois.
O que ocorre no diagnóstico da Síndrome de Down (SD) é que no par 21 de cromossomos há 3 cromossomos em lugar de 2, a trissomia. Trissomia consiste na presença de três (e não de 2, como seria o normal) cromossomos de um tipo específico num organismo. Este acidente genético, especificamente no par 21, causa “graus de dificuldades na aprendizagem e de incapacidade física altamente variáveis”(3). As pessoas com SD costumam ter um desenvolvimento físico e mental mais lento do que as pessoas sem a síndrome. Portanto, a maioria das pessoas tem retardo mental de leve a moderado, sendo que algumas não apresentam retardo e se situam entre as faixas limítrofes e médias baixa, outras ainda podem ter retardo mental severo. Existe, então, uma grande variação na capacidade mental e no progresso de desenvolvimento das crianças com SD. O desenvolvimento motor e da linguagem dessas crianças também é mais lento. Segundo o site ABC da Saúde, relacionamos, a seguir, algumas características físicas das crianças com SD, lembrando que algumas não possuem todas as apresentadas abaixo:
- achatamento da parte de trás da cabeça,
- inclinação das fendas palpebrais,
- pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos,
- língua proeminente,
- ponte nasal achatada,
- orelhas ligeiramente menores,
- boca pequena,
- tônus muscular diminuído,
- ligamentos soltos,
- mãos e pés pequenos,
- pele na nuca em excesso.
Embora não haja cura para a SD, as crianças com SD devem ter acompanhamento médico desde seu nascimento, pois atualmente existem programas de estimulação precoce que visam favorecer o desenvolvimento motor e intelectual dessas crianças.
A criança SD precisa ser incluída no nosso mundo, conviver em tempo integral com as pessoas que não possuem a síndrome. Deve, portanto, ser educada e disciplinada como qualquer outra criança, tendo respeitado seu ritmo próprio de desenvolvimento, o que não deve ser traduzido, de forma alguma como super proteção. Ela não deve ser o centro das atenções, mas fazer parte efetiva da nossa sociedade. A convivência com crianças sem a síndrome é importante, sobretudo para elevar sua auto-estima, evitar as discriminações e promover sua verdadeira inclusão na nossa sociedade e, neste aspecto, estudar numa escola regular é fundamental, sobretudo, no mundo atual com tantos artefatos tecnológicos que facilitam a interação com essas crianças. Há muito que já se desmitificou que a criança com SD não tem capacidade para aprender, ler e escrever. Existem, no mundo todo, muitas pessoas com SD que trabalham e produzem com eficiência em muitas áreas na nossa sociedade.
Mas, afinal, por que o nome Síndrome de Down?
O nome Síndrome de Down, antes conhecida como Mongolismo (porque as características físicas são similares a do povo da Mongólia), origina-se do sobrenome do médico britânico que descreveu essa ocorrência genética: John Langdon Haydon Down.

Referência Bibliográficas:

- Dicionário Priberam on line
(http://www.priberam.pt/)
- Enciclopédia Interativa Wikipédia
(http://pt.wikipedia.org)
- S.O.S. Down
(http://www.sosdown.com/indice.html)
- ABC da Saúde
(http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?393)


(1) Dicionário Priberam on line

(http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx)
(2) Wikipédia - Enciclopédia Interativa
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cromossomo)
(3) Wikipédia - Enciclopédia Interativa

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Integração X Inclusão

“A principal característica da inclusão é propor uma sociedade para todos, uma escola para todos, de forma incondicional. É para todos mesmo! Se alguém ficar de fora, não é mais inclusão. A inclusão propõe uma ruptura dos paradigmas que já existem, a construção de um novo trabalho, um novo lazer, uma nova escola. São propostas que vão melhorar a vida de cada um de nós porque são de alta qualidade, de alto refinamento para os relacionamentos humanos, onde quer que eles aconteçam.” (Cláudia Werneck)

Convidamos você a ler a entrevista intitulada “A humanidade como ela é”, realizada em novembro de 2001 por Vitor Casimiro com a jornalista e escritora Cláudia Werneck para o portal Educacional: a Internet na Educação”, onde, dentre vários aspectos, ela aborda de forma bastante clara a diferença entre integração e inclusão.

Essa entrevista é simplesmente imperdível!

Sugestões de Livros sobre a Síndrome de Down

Um Amigo diferente
Claudia Werneck
Editora WVA

Cadê a síndrome de down que estava aqui? O gato comeu...
Editora Autores Associados

Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down
Maria Antonieta M. A. Voivodic
Editora Vozes

Muito prazer eu existo
Claudia Werneck
Editora WVA

Síndrome de Down guia para pais e educadores
Editora papirus

Down a Síndrome do acaso
Editora eticom


Livros Infantis:


Meu amigo Down na rua
Claudia Werneck
Editora WVA

Meu amigo Down na escola
Claudia Werneck
Editora WVA

Meu amigo Down em casa
Claudia Werneck
Editora WVA

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Vale a pena ler!

O Guardião de Memórias - Kim Edwards


Com mais de três milhões de exemplares vendidos nos Estados Unidos, "O Guardião de Memórias" é uma fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro.


Inverno de 1964. Uma violenta tempestade de neve obriga o Dr. David Henry a fazer o parto de seus filhos gêmeos. O menino, primeiro a nascer, é perfeitamente saudável, mas o médico logo reconhece na menina sinais da síndrome de Down.


Guiado por um impulso irrefreável e por dolorosas lembranças do passado, o Dr. Henry toma uma decisão que mudará para sempre a vida de todos e o assombrará até a morte: ele pede que sua enfermeira, Caroline, entregue a criança para adoção e diz à esposa que a menina não sobreviveu.


Tocada pela fragilidade do bebê, Caroline decide sair da cidade e criar Phoebe como sua própria filha. E Nora, a mãe, jamais consegue se recuperar do imenso vazio causado pela ausência da menina. A partir daí, uma intrincada trama de segredos, mentiras e traições se desenrola, abrindo feridas que nem o tempo será capaz de curar.


A força deste livro não está apenas em uma construção bem amarrada ou no realismo de seus personagens, mas principalmente na sua capacidade de envolver o leitor da primeira à última página.


Com uma trama tensa e cheia de surpresas. " O Guardião de Memórias" vai emocionar e mostrar o profundo - e às vezes irreversível - poder de nossas escolhas.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Estatística

Os dados estatísticos em relação à síndrome de Down são inconsistentes. O último censo (IBGE, 2000) indicou que 14,5% da população brasileira possuia alguma deficiência física ou mental. Deste número, a maior proporção se encontrava no Nordeste (16,8%) e a menor, no Sudeste (13,1%). (Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/27062003censo.shtm ). Estima-se que 300 mil pessoas nasceram com síndrome de Down no Brasil, porém as notificações médicas giram em torno de 80 mil. O censo escolar (MEC/INEP) evidencia a questão da síndrome de Down no âmbito escolar, revelando um acréscimo no fluxo de matrículas da ordem de 35.000 em 2005, para 40.000 em 2006, especificamente no que se refere à alunos com síndrome de Down.